Parabéns, Marta! Atleta mais premiada do futebol mundial completa 33 anos
A alagoana que ganhou o mundo está
comemorando mais um ano de vida. Os 33 anos de Marta Vieira da Silva, a
rainha do futebol feminino do Brasil (e do planeta) foram marcantes. Em
setembro, ela foi escolhida a melhor jogadora de 2018 pelo prêmio Fifa
The Best pela 6a vez, recorde inigualável também na categoria masculina.
Com a Copa do Mundo, em junho, a esperança é de que a temporada seja
para o Brasil, assim como para Marta, um ano de comemorações.
A história de vida da atleta não é
diferente da trajetória de outros jogadores brasileiros. O agravante é o
fato de que, ao contrário do masculino, o futebol feminino é bem mais
desvalorizado. Enquanto nomes como Messi e Neymar embolsam dezenas de
milhões por ano apenas de salário – sem contar os patrocínios
multimilionários e os prêmios altíssimos das competições que disputam –,
Marta recebe, atualmente no Orlando Pride, cerca de R$ 1,3 milhão por
ano.
A preparação para a Copa do Mundo, na
França, em junho, está a todo vapor. Neste mês, o treinador Vadão
concentrou o grupo principal na Granja Comary, em Teresópolis. Na
sexta-feira, o elenco viaja para a primeira competição do ano, que
servirá como termômetro para o Mundial. É o torneio SheBelieves, sediado
nos EUA e disputado pelas donas da casa e por Japão e Inglaterra, além
do Brasil. A competição começa no próximo dia 27 e vai até 5 de março.
No início do mês, na Granja Comary, Marta
falou com a imprensa sobre as expectativas para a Copa. “Temos mais uma
oportunidade. Não vejo como uma necessidade, como algo que eu tenha que
ganhar e, caso contrário, nada do que eu fiz na minha carreira valeu a
pena. A gente tem os nossos objetivos, mas os nossos adversários também
têm”, opinou a atleta.
A craque se emocionou ao lembrar da
primeira vez que pisou na Granja Comary, aos 17 anos. “Voltar na Granja e
ver o quanto mudou me deixa emocionada, a nossa modalidade está
crescendo. Há 30 anos foi a Pretinha, há 25 foi a Formiga, isso não
acontece de um dia para o outro. É um trabalho que a gente faz e sabe
que é difícil, mas para nós que estamos constantemente voltadas a essa
luta, é muito melhor do que um título”, afirmou.
Linha do tempo
- 1986: Nasce Marta Vieira da Silva
Nascida em Dois Riachos (AL) em 19/02/1986, ela foi criada pela mãe, Tereza, após o pai abandonar a família. Jogou no CSA (AL) e foi para o Rio para iniciar como profissional. - 2000: Estreia no futebol profissional
Aos 14 anos, estreia como profissional no Vasco, sendo campeã brasileira Sub-19 e convocada para a Seleção. O time acaba e vai para o Santa Cruz (MG). - 2002: Vestindo a Canarinho
No Pan-Americano de Santo Domingo, na República Dominicana, a melhor jogadora da competição ajudou a Seleção a trazer o ouro. Umea, da Suécia, a contratou. - 2006 a 2010: Soberania inquestionável
Artilheira do campeonato sueco, levantou a taça da Liga dos Campeões pelo Umea. Em 2006, levou seu 1o título de melhor jogadora do mundo. E duas pratas olímpicas (2004 e 2008). - Pós-2010: Temporadas no Brasil e nos EUA
Após 5 anos na Suécia, Marta foi para o Los Angeles Sol, nos EUA. Emprestada por 3 meses ao Santos, venceu a Copa América e a Libertadores. Desde 2017, está no Orlando Pride (EUA). - 2018 e 2019: Mais dois troféus na conta
Dez anos após ser eleita pela última vez a melhor do mundo, Marta levou seu 6º troféu em 2018. Em junho, ela lidera a Seleção na busca pela inédita Copa do Mundo, na França.
Muito além dos gramados
Além de sua importância dentro de campo,
Marta também levanta bandeiras fora dos gramados. Hoje, ela acumula dois
títulos de Embaixadora da ONU (Organização das Nações Unidas). Em 2010,
a atleta foi nomeada Embaixadora da Boa Vontade do Programa de
Desenvolvimento da organização. Além dela, outros esportistas, como a
tenista Maria Sharapova e os jogadores de futebol Ronaldo e Zidani,
também buscavam alcançar as “metas do milênio”.
Em 2018, ela recebeu o título de
Embaixadora dos Direitos das Mulheres e Meninas no Esporte, em homenagem
feita pela ONU Mulheres. “Por meio do esporte, as mulheres e garotas
podem desafiar normas socioculturais e estereótipos de gênero”, afirmou
Marta na ocasião.
Segundo Nadine Gasman, representante da
ONU Mulheres, a importância de Marta para meninas e mulheres do mundo
inteiro é mostrar que o lugar de excelência pode ser ocupado por uma
mulher. “A Marta é um ícone, um modelo para homens e mulheres. Ela é uma
inspiração para todos, porque superou as barreiras e os preconceitos e
provou que as mulheres podem fazer o que quiserem. Nós escolhemos como
embaixadoras mulheres de destaque em suas áreas que tenham um
compromisso pessoal, que sejam determinadas em dar retorno para a
igualdade de gênero. Ela é exemplo para mulheres que têm ambições e
querem seguir seus sonhos”, explica.
Nadine conta que a ONU Mulheres trabalha
para construir um mundo “50-50”, em que todos possam ter as mesmas
oportunidades. “É por isso que a Marta é fundamental. Precisamos mudar
as coisas estruturalmente, mudar a forma de pensar. Fazemos isso por
meio de brechas no sistema.”
“A gente trabalha para ter oportunidades para todas. Ver que a nossa modalidade está crescendo me deixa emocionada. Isso é melhor do que títulos.”
Marta, jogadora de futebol
Fonte: metro jornal
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