Mais misterioso que Atlântida: conheça Lemúria, o continente perdido
Alvo de elaborações, hipóteses e teorias da conspiração desde a metade do século XIX, o continente perdido de Lemúria é um dos grandes mistérios guardados pelo oceano Índico.
Assim como no caso de qualquer terreno misterioso, a existência de Lemúria levou curiosos — que calham de também serem cientistas — a investigar sua possível veracidade e/ou localização. Os primeiros que se dedicaram a essa missão foram Philip Lutley Sclater, um zoologista e advogado britânico, e Ernst Haeckel, um biólogo alemão.
As desconfianças dos dois surgiram das migrações de animais e humanos. Para Haeckel, existia uma espécie de gap quando se pensava no trânsito de humanos que saíam da Ásia e chegavam à África. Uma porção continental de terra na região — Lemúria, no caso — explicaria a capacidade dos humanoides de se moverem de um lugar a outro tão distante sem ter que cruzar o oceano.
Antes dele, no entanto, Sclater chegou a uma conclusão mais ou menos no mesmo caminho por conta dos lêmures, animais que inspiraram inclusive o nome do continente desaparecido. É que, para o britânico, a diversidade desses animaizinhos era muito maior no país de Madagascar do que na África ou na Índia, o que sugeriria que eles teriam saído de um lugar e ido para os outros.
Na época, ambos os cientistas não foram exatamente incentivados, e a ciência envolvendo a geologia estava bastante focada em outras descobertas — como a do funcionamento das placas tectônicas, por exemplo, e de como o movimento delas influenciava a forma como os continentes são atualmente distribuídos.
Apesar de continuar no imaginário popular desde então, foi somente mais de um século depois, em 2013, que algumas noções de sua existência começaram a tomar forma. Naquele ano, geologistas encontraram evidências de que de fato poderia ter existido um continente na região onde Lemúria estaria.
Traços de granito foram localizados ao sul da Índia, em uma região oceânica na direção das ilhas Maurício. Mas o que isso tem a ver? Acontece que, além de granito, eles encontraram zircão datado de 3 bilhões de anos atrás — época em que a ilha teoricamente ainda não existia, já que ela é datada de 2 milhões de anos e só surgiu graças à movimentação das placas tectônicas.
A partir disso, os geologistas concluíram que existia, sim, uma porção enorme de terra ali muito tempo atrás, mas ela desapareceu para dentro do oceano há cerca de 84 milhões de anos.
Para a tristeza de Haeckel e Sclater, no entanto, os cientistas modernos não quiseram nada com o nome de Lemúria e chamaram o continente perdido de Mauritia, em homenagem às ilhas que agora estão ali.
Se Lemúria/Mauritia era o paraíso dos lêmures descrito alguns séculos antes, não se sabe. Outra coisa que os cientistas não conseguiram comprovar foi a lenda dos lemurianos: seres fabulosos hermafroditas com quatro braços que seriam, de acordo com a crença popular, os ancestrais dos humanos que habitavam Lemúria.
E, assim, a lenda de mais um continente perdido permanece instigando a curiosidade humana, dessa vez com certo respaldo científico.
Fonte: megacurioso
Nenhum comentário