Esta mulher cria roupas geniais, mas que ninguém consegue usar. Saiba por que
A americana Barbara Segal passou toda a vida se dedicando ao que mais gosta: esculpir roupas em pedra. Sim, você não leu errado: roupas feitas de pedra. As obras de Barbara se destacam por serem peças de vestuário, que poderiam ser expostas nas vitrines das lojas de moda, embora, como você possa imaginar, seja impossível prová-las, por causa de seus materiais. A artista usa o mármore e, para o acabamento dos pequenos detalhes, bronze, aço e prata. O resultado de seu trabalho árduo consiste em vestidos voláteis e bolsas da moda, que, ao serem contemplados, farão você se esquecer de que a matéria-prima é...pedra.
Barbara nasceu e cresceu em Nova York. “Eu me lembro de observar minha mãe e suas amigas no provador. Elas experimentavam roupas e eu me concentrava nas combinações incríveis dos tecidos, rendas e pedras preciosas”, explica a artista, enquanto mergulha em suas lembranças.
Ao crescer, Barbara mudou-se para a Europa, onde se inspirou nas esculturas requintadas das paredes das catedrais medievais, o que a fez decidir estudar escultura em pedra. Quando voltou a Nova York, no início dos anos 1970, estava claro que a pedra lhe permitia a criação de absolutamente qualquer coisa. Assim, mergulhada novamente na cultura pop americana, ela elaborou seus primeiros trabalhos, dedicando-os, é claro, ao mundo da moda.
Hoje, o que mais interessa à Barbara nos artigos de vestuário são as bolsas: “Acho que simbolizam a situação que se estabeleceu na sociedade moderna. As bolsas da Hermès e Chanel de mármore representam minha dedicação lúdica a esse acessório feminino. Na vida real, essas duas marcas são muito sem graça e até mesmo banais em termos de design, mas ainda assim têm uma alta demanda, apesar de seus preços elevados e suas eternas listas de espera para comprá-las. Acontece que, para a proprietária, o importante não é a beleza, mas a proclamação de seu poder, status social e a possibilidade de se permitir uma despesa tão inútil”.
Já na série de vestidos infantis, Barbara transmitiu as memórias de sua própria infância, que terminou cedo demais por causa da morte inesperada de seu pai.
Em suas esculturas, Barbara acrescenta elementos arquitetônicos de diferentes épocas: do mosaico bizantino à pedra esculpida com base no espírito da Renascença. Em suas obras, procura mostrar o desenho natural da pedra, para que o espectador consiga perceber esse material precioso, cuja formação durou milhões de anos. Bárbara estima que, dessa maneira, o espectador descobrirá essa história e não vai olhar para a escultura como um simples objeto.
“Com a minha arte, não estou tentando encorajar ou, ao contrário, dissuadir as pessoas do consumo; estou simplesmente criando paralelos históricos e o espectador, por conta própria, decide do que se trata esse objeto de arte e o que pode fazer com esse conhecimento”, afirma a artista.
Confira mais alguns trabalhos dessa talentosa artista:
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