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Vídeo mostra saque em loja durante confronto entre GCM e usuários na Cracolândia

Câmera de segurança gravou furto a loja no Centro de SP. Prefeitura alega que confusão e depredação de lojas começaram após prisão de traficantes de drogas; PM soltou bombas de gás.


Vídeo gravado por câmera de segurança mostra o momento em que pessoas invadem uma loja e furtam objetos durante confusão na noite de quarta-feira (11) na Cracolândia, região central de São Paulo conhecida pelo tráfico e consumo de drogas. 

Nas imagens é possível ver quando um grupo de pessoas usa barras de ferro para arrombar o comércio. Elas conseguiram entrar e furtaram produtos do local. 

Ao menos duas lojas, uma lotérica e um banco foram depredados e furtados em meio ao confronto entre a Guarda Civil Metropolitana (GCM) e usuários e dependentes químicos. Tudo começou por volta das 20h30 entre as Rua Helvétia e Alameda Barão de Piracicaba, na região da Praça Princesa Isabel, e só terminou perto da meia-noite. 

“Quando é no período diurno, como nós estamos aqui, nós fechamos a porta, deixamos de trabalhar, mas ainda protegemos o nosso patrimônio. Agora tivemos essa surpresa a noite”, falou Ismael Garcia de Souza, dono de uma das lojas furtadas. 

De acordo com a Prefeitura, o conflito começou após a GCM prender dois traficantes. Segundo os guardas, isso revoltou os usuários, que atiraram pedras contra eles, danificando uma viatura e atacaram imóveis comerciais e agência bancária. 

“A Guarda Civil Metropolitana informa que na noite de ontem (11), ocorreu tumulto motivado pela prisão de traficantes na região. Após os usuários começarem a jogar pedras e objetos contra os guardas civis metropolitanos, foi necessária uma intervenção para proteger os agentes no local”, informa nota divulgada pela administração pública. 

Por conta da confusão, a GCM pediu apoio à Polícia Militar (PM). Bombas de gás foram lançadas para tentar conter o avanço dos usuários e dispersá-los. Escudos também foram usados. Testemunhas relataram o uso de balas de borracha pelas forças de segurança. 

Por causa da ação policial, barricadas com fogo foram feitas pelos usuários. Policiais relataram destruição da iluminação pública. Linhas de ônibus foram afetadas. Por segurança, os coletivos foram obrigados a ficar dentro do Terminal Princesa Isabel. 

“Eles estão quebrando os ônibus aí, está tudo parado. Está com mais de hora isso aí, soltando bomba aí, ó. Aí os carros estão parado aí porque eles quebram os ônibus aí, quando a gente passa ali”, disse o motorista José Diglei de Alencar.

 

Ônibus

Alguns ônibus que estavam próximos ao local da confusão pararam e os passageiros tiveram de descer e voltar para casa de outro jeito, uns foram a pé e outros pegaram carona. “É meu marido, eu estou pedindo para ele vir me buscar, porque eu não tenho como passar paro outro lado”, falou a analista de sistemas Conceição Ferreira. 

Enquanto isso, pedestres se assustaram ao passar pelo local. “Nós não sabemos, eles só falaram que é algum problema com a Cracolândia. E está tendo confronto com a polícia com o pessoal da Cracolândia”, disse a psicóloga Ednéia Mota. 

Lojistas que tiveram seus estabelecimentos invadidos e furtados conversaram com a reportagem e reclamaram que carros da polícia passaram em frente aos locais e não pararam para prestar auxílio. Procurada para comentar o assunto, a PM informou que apenas recebeu chamado para dar apoio à GCM.
Um guarda-civil ficou ferido na perna. Um dependente químico acabou detido por suspeita de atacar carro da GCM, mas foi liberado na manhã desta quinta-feira (12) após prestar depoimento numa das duas delegacias que investigam o caso. 

O 2º Distrito Policial (DP), Bom Retiro, e o 3º DP, Santa Ifigênia, estariam apurando as circunstâncias e eventuais responsabilidades pela confusão.

De acordo com a Craco Resiste, movimento social que visa, entre outras coisas proteger usuários de eventuais abusos policiais, um homem ficou ferido durante a operação entre a GCM e a PM. A entidade alega que ele foi “atingido por estilhaços de bomba de gás no olho”, sendo levado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para o Pronto-Socorro da Santa Casa de Misericórdia. 

Fonte: G1

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