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Tudo o que você precisa saber sobre o segundo depoimento de Zuckerberg nos EUA


Na tarde desta quarta-feira (11), o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, voltou a se reunir com autoridades norte-americanas para depor a respeito de sua aparente negligência ao lidar com dados pessoais dos usuários da rede social. Desta vez, porém, o executivo não conversou com senadores, mas sim com membros do Comitê de Energia e Comércio da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos — que, por sinal, exibiram um conhecimento muito mais amplo a respeito do assunto.

Se Zuckerberg já havia sofrido o suficiente na sessão de terça-feira (10), a segunda entrevista conseguiu ser ainda pior. Os congressistas focaram menos no escândalo Cambridge Analytica e realizaram perguntas em um contexto mais amplo, questionando sobre as políticas de privacidade da plataforma como um todo. Confira abaixo uma seleção dos momentos mais importantes da discussão.

Coleta exagerada de dados pessoais

Todos nós sabemos que o Facebook coleta um volume enorme de dados dos internautas — até mesmo daqueles que não possuem mais ou nunca possuíram uma conta na rede social. Pressionado pelos congressistas a respeito dessa prática, Zuckerberg afirmou desconhecer a quantidade exata de informações que a plataforma coleta (o que é estranho para um CEO), mas explicou os motivos para tal estratégia.

De acordo com ele, os dados são coletados por questões de segurança, para que a equipe possa “ficar de olho” em pessoas que visitam o site apenas para recolher informações de cidadãos do bem. Porém, Zuckerberg se esqueceu de dizer que tais dados também são usados para incluir esses internautas externos em sua plataforma de publicidade direcionada.

Violação do decreto de consenso

Em 2011, o Facebook assinou um termo da Comissão Federal de Comércio se comprometendo a identificar e avisar seus usuários sobre riscos emergentes à sua privacidade. Para diversos congressistas — incluindo Roberta Latta —, a rede social falhou com seu dever ao não perceber as violações da Cambridge Analytica durante as auditorias encaminhadas ao órgão naquela época. Zuckerberg, porém, continuou dizendo que os termos não foram violados.

GDPR a nível global

Em resposta à congressista Janice Schakowsky, Zuckerberg afirmou que irá modificar globalmente o Facebook para se adequar à General Data Privacy Regulation (GDPR), nova legislação europeia sobre proteção de dados que começará a valer em maio. Esta foi a primeira vez que o executivo se pronunciou positivamente sobre o projeto de forma pública; até então, ele tinha se limitado a dar declarações mistas a respeito do assunto.

“O GPDR tem várias partes importantes, e uma delas é oferecer controle [ao usuário] sobre tudo — é o que estamos fazendo”, explicou o CEO, citando as mudanças previstas no modo como os internautas poderão configurar quais dados pessoais os apps de terceiros podem acessar ou não.

Facebook contra os conservadores?

Um dos momentos mais curiosos do debate se deu quando Zuckerberg foi acusado de censurar o conteúdo de dois vloggers conservadores que tinham o costume de publicar vídeos pró-Trump na rede social. De acordo com membros do partido republicano, os influenciadores teriam tido seus clipes marcados como “inseguros para a comunidade”, impedindo-os de notificar seus seguidores sobre novas postagens.
Zuckerberg se limitou a dizer que tal caso foi um simples erro na rede social.

Mais privacidade para as crianças

O congressista Joe Barton colocou Zuckerberg contra a parede enquanto discutiam sobre políticas de privacidade especiais para crianças. “Há alguma razão que nos impeça de simplesmente ter uma política de não-compartilhamento de dados, e ponto final, até você ter 18 anos?”, questionou Barton. Zuckerberg desviou da pergunta respondendo que, na verdade, o que vemos é “muitos jovens que querem postar informações de forma pública” no serviço.

Venda online de substâncias ilícitas

O comércio de itens ilegais no Facebook é um problema antigo, mas que continua incomodando as autoridades. “Sua plataforma ainda está sendo usada para transpor a lei e permitir que pessoas comprem drogas altamente viciantes sem prescrição médica”, afirmou o congressista David McKinley, referindo-se à venda de opióides dentro do site. Zuckerberg simplesmente disse que tentará aumentar o desempenho de sua equipe de moderação.

Até Zuckerberg foi uma vítima

Por fim, uma curiosidade bastante bizarra surgiu ao longo do debate. A congressista Anna Eschoo perguntou a Zuckerberg se os dados do CEO também haviam sido comprometidos pela Cambridge Analytica, e, para a surpresa de todos, a resposta do executivo foi um “sim”. Porém, o presidente executivo do Facebook se recusou a dar mais informações sobre o assunto.

Fonte: Canaltech

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