Conheça a história de Beck Weathers, deixado para morrer 2 vezes no Everest
O Monte Everest guarda milhares de histórias incríveis, algumas com finais trágicos, outras quase! Uma delas é a de Beck Weathers. Na década de 90, esse patologista norte-americano achou que viveria uma grande aventura quando decidiu escalar não um, mas os sete cumes mais altos do mundo.
Depois de finalizar o Vinson Massif, na Antártida, decidiu que era hora do Everest. Então, em 1996, ele e outros sete alpinistas chegaram à base do morro para fazer a subida, que leva em média entre 12 e 14 horas.
Liderada por Rob Hall, que já havia subido o Everest cinco vezes, a expedição era acompanhada por Mike Groom, também veterano na montanha.
Em vez de uma escalada tranquila, o que aconteceu naquele dia foi uma sequência de fatos que deram a Weathers uma das mais inacreditáveis histórias de sobrevivência. Apesar do tempo limpo no início da subida, uma das piores nevascas da história do Everest cairia naquela noite.
No dia seguinte, a contagem adicionava 12 mortos aos mais de 200 cadáveres que já habitam o Everest. Por algum motivo, o de Beck não era um deles.
Interrupção
A primeira lição que Beck aprendeu naquele dia foi: não tente subir uma das montanhas mais altas do mundo se você acabou de passar por uma cirurgia ocular. Um tempo antes de fazer a subida, ele tinha passado por uma ceratotomia radial, um método antigo de correção da miopia que gera pequenos cortes na córnea.
Chegando ao topo, a altitude gerou algum tipo de reação que fez com que ele não conseguisse enxergar direito. Quando os líderes da expedição descobriram que ele estava praticamente cego, fizeram com que Weathers permanecesse na lateral da trilha e não continuasse o caminho, pois, quanto mais perto do cume, mais perigoso fica, ainda mais se sua visão está comprometida.
Ele ficou, mas o líder da expedição nunca voltou. Outro membro da equipe passou mal perto do topo, e Hall decidiu ficar com ele até que se recuperasse. Mas o frio lá em cima é tão congelante que eles simplesmente morreram ali mesmo, depois de ficarem presos em uma das encostas.
Depois de mais de 10 horas esperando, finalmente Groom e o restante da expedição retornaram do cume e levaram Weathers com eles. Entretanto, já era noite e, antes que pudessem chegar às tendas, ele e sua equipe foram pegos na nevasca.
Presos em uma garrafa de leite
Foi assim que um dos montanhistas descreveu aquela noite. Tudo branco, neve caindo de todos os lados, nenhuma visibilidade. Nesse processo, Weathers perdeu uma luva e ficou junto com os outros no vento, com a mão já congelada.
Durante a noite, um guia russo encontrou a expedição e os ajudou de volta para baixo da montanha. Contudo, ao ver a mão do norte-americano e encontrá-lo caído no chão depois de ser derrubado por uma rajada de vento, achou que ele já estivesse praticamente morto e que não chegaria vivo à base. E assim Beck foi deixado pela primeira vez.
Na manhã seguinte, um médico canadense subiu até ele e uma japonesa chamada Yasuko Namba, que também havia sido deixada para trás. A essa altura, ela já estava morta, e Beck estava perto disso. Seus membros estavam congelados, seu rosto coberto de neve e sua jaqueta aberta. Ele estava em coma. O médico concluiu que não conseguiria salvar nenhum dos dois e seguiu sozinho.
Acontece que alguma coisa se passou com Weathers, algum sopro misterioso de energia, e ele acordou novamente perto das 16h e conseguiu descer sozinho até a base — onde chegou parecendo um verdadeiro zumbi.
No fim do processo, Beck Weathers perdeu o braço direito, os dedos da mão esquerda, pedaços dos pés e seu nariz — que foi reconstruído a partir de pedaços de pescoço e orelha do alpinista.
Ele escreveu um livro para contar sua jornada ("Deixado para Morrer"), e sua história já foi contada por outras pessoas em filmes como "Everest", dirigido por Baltasar Kormákur, que traz no elenco Jake Gyllenhaal, Josh Brolin, Keira Knightley, Sam Worthington, Robin Wright, John Hawkes, Michael Kelly e vários outros nomes conhecidos.
Fonte: infobae, megacurioso
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